COMIDA CHINESA II


Quando deram conta, eram apenas quatro. Ouvindo mais dele, do que conversando propriamente. Foi aí que veio a sugestão: Comida Chinesa.

Os dois colegas rejeitaram prontamente. Adeptos da praticidade e modernidade do FastFood, decidiram ir em busca do MacDonalds sagrado.

Ela, como sempre estava disposta a experimentar coisas novas. Adorava o misto de sabores que o mundo lhe oferecia. Nunca recusaria experimentar algo novo. Quando aceitou, o viu sorrir um sorriso inesperado. Estranhou, mas sorriu também. E saíram para o MaoTai.

Ele parecia conhecer o terreno em que pisava: Mostrava-lhe os pratos, dizia do que eram feitos. Com alguns, até explicou a forma de preparo.

Apesar de estar disposta a conhecer e experimentar cada sugestão, ela confessou que a aparência de alguns pratos não lhe eram convidativas. Mas ele, já entrosado com os garçons e conversando sobre camarões, lulas, verduras e cações, disse a ela que não se preocupasse. Que apenas experimentasse para ter uma opinião. Se não gostasse, ao menos seria por conhecimento de causa.

Diante do argumento, serviu-se. O prato era colorido e composto de muitos frutos do mar. Havia algumas coisas que ela já conhecia, e sabia ter o gosto agradável, como o rolinho primavera. Mas não contou isso a ele.

Quando ia comer, ele pediu que esperasse um pouco. Pediu algo para beber. Após a saída do garçom ele disse para ela fechar os olhos. E num gesto automático ela fechou.

“Uma das melhores experiências que eu já tive na vida foi mergulhar. Quando eu era criança, quase morri afogado e passei a vida toda com medo de água. Mas sempre tive espírito aventureiro. Em minhas viagens, fiz trilhas, bungee jump, parapente, escalada... mas nunca tive coragem de entrar na água. Mas um dia conheci alguém que me perguntou se eu não gostaria de ao menos tentar. Se eu não gostasse, ao menos seria por conhecimento de causa. Foi quando eu conheci o mundo submarino e a sensação de estar viajando no espaço com seres extraterrestres. Foi mágico. Foi lindo e eu não tive nenhum medo. Mas eu pensava que a segurança do cilindro me fazia não temer. Quando voltamos para o barco, eu consegui entrar na água e percebi que estava curado. E mais tarde, aprendi a nadar. Hoje, mergulho é o meu esporte favorito.”

Abra a boca, ordenou. Assim mesmo, sem pausa entre a história comovente e a imperatividade da ordem. Ela abriu e ele colocou um pedaço de qualquer coisa com gosto diferente nela. Então, ela abriu os olhos. Ele não a olhava, apenas comia. Quando terminou perguntou o que era e disse que aquilo tinha um gosto familiar.

Ele respondeu que não era o que ela havia comido antes que tinha gosto daquilo. E sim que aquilo era o gosto que ela precisava reconhecer. Agora ela já sabia. A partir dali, quando comesse algo poderia dizer ‘isso parece comida chinesa’.

O jantar foi maravilhoso. De conversas inesperadas e novas sensações. Algumas frases que não seriam esquecidas. Ele dizendo que ela era muito jovem e precisava experimentar o mundo, senão nunca poderia realmente saber do que gosta. Um convite.

E depois de muitas sensações diferentes, se despediram e ela foi para casa.

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4 COMENTE AQUI:

Esperança disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Não coloquei no post, mas umas 2 horas depois que cheguei em casa, passei muito mal e vomitei por quase 3 horas. Fiz tanta força que 2 dias após ainda sentia dores. E passei o dia seguinte todo de cama. "Experiência de Sensações" rsrsrs Valeu brother. kkk

Rodrigo Rocha disse...

você é incrível, relata a história tão "poeticamente", depois faz um comentário desse. Por isso que te amo. Totalmente VOCÊ!!!!

Caren disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
seu coment foi perfeito, inha.
bem que eu vi que a garota da história tinha tudo a ver contigo. rs