Meu Inverno, meu inferno


Triste....

Sem disposição pra escrever.

Assim são minhas noites tempestuosas:

Cheias de raios e trovões.

Mas sei que não choverá o ano todo,

Existem sempre quatro estações.


[[anny_gusmao]]

Celebração de uma noite....

Me convidaram para te ver nascer ...
Nunca fora de admirar esses momentos ditos "mágicos", "únicos".
Um nascimento é algo que acontece todos os dias, mas ainda assim, é um acontecimento sempre celebrado. Para mim, mais um fato rotineiro.
Contudo, achei de bom grado aceitar o convite inusitado.
À primeira vista, parecera algo monótono; simplório, talvez. Porém um amigo dissera em certa ocasião, que os maiores prazeres da vida são encontrados nas coisas simples.
Por esse motivo aceitei.
Confesso que o momento não me pareceu especial.
Ao chegar, eu insistia em olhar o local de onde tu sairias, tentando encontrar naquele profundo escuro algum vestígio de que ias aparecer.
Nem sinal.
As horas se estendiam e isso me impacientava, pois nunca fora de "contemplar momentos sublimes".
O silêncio me era aterrorizante. Impacientava-me ainda mais.
Me fazia esquecer o motivo de estar ali e pensar no que poderia estar fazendo, ao invés de esperar.
Esperar e esperar.
De repente, um leve toque - porém intenso - em minha mão.
Tento entender o porquê. Olho a minha volta e não encontro.
Ia abrir a boca para indagar, quando percebo uma luz diferente: algo que isistia por preencher aquele espaço.
Olho então para onde antes só havia escuridão e me dou conta de onde viera a gotinha de luz.
Só uma pequena parte de ti despontava para fora, porém eu já podia perceber que tu nascias para brilhar.
A primeira impressão foi magnífica.
E aos poucos tu fostes se mostrando por inteiro, com teu formato perfeito em uma aparição exuberante. E pude ver como realmente tu eras.
Só então conseguira entender aquele primeiro silêncio, de quem antes já presenciara o explendoroso espetáculo do universo.
Nao havia palavras. O silêncio, por si, falava. Gritava. Sorria. Cantava!
E até que tentei balbuciar ao menos uma palavra definisse tua magnificência, mas não me foi possível.
A excelência daquela presença envolvente que eras, só me permitia reverenciá-la: e foi muito mais do que eu gostaria de dizer.
Então agradeci a Deus, por ser tão perfeito e te ter trazido ao mundo.
Fostes criada com um propósito, mas nem nisto, ele deixou de ser perfeito. Pois sendo mera máquina - como todos nós - ainda assim, não vieste desprovida de beleza encanto.
Naquele instante, enquanto lágrimas escorriam sobre minha face, percebi que também segurava forte a mão. Só então descobri que amei-te desde o primeiro instante, enquanto ainda tentava decifrar o teu ofuscar na escuridão.
E é por este motivo que hoje escrevo estas linhas: para te agradecer.
Como já disse, fostes criada com um propósito, mas isto não a proibiu de abraçar tantos outros, sendo um deles (para mim o mais importante) o de conseguir me fazer te amar.

À lua, com carinho.

O relógio


No aniversário dele, comprei um relógio, pois há muito o que ele possuia havia quebrado. Imaginei, portanto, que ele necessitava de um novo. Porém eu estava com pouco dinheiro em mãos, já que havia adiantado alguns pagamentos para diminuir as prestações e não pude comprar o desejado. Ou seja, a marca não era conhecida.



- O relógio está folgado.
- Amanhã eu passo na loja e peço para apertarem.
- Vou trocar o relógio.
- O que aconteceu?
- ...
- Vai trocar mesmo?
- Vou.
- Você não gostou do relógio?
- Você já me viu usando relógio?
- Já.
- Quando?
- Quando fomos morar juntos. Aliás, você já teve dois relógios.
- Hum. E você lembra por que eu parei de usar?
- Por que quebraram?
- E por que quebraram?
- Por que eram de marca inferior.
- ... (Cara de "tá vendo que eu tenho razão")
- Mas o rapaz me garantiu que era a prova d'água. E tem garantia.
- Eu não uso relógios.
- Mas antigamente você não usava?
- Naquele tempo eu trabalhava em outro lugar.
- E o que isso tem haver?
- Tem que hoje eu trabalho em shows, no meio de pessoas desconhecidas. Você já imaginou um negão que nem eu, com um relógio lindo que nem esse que você comprou andando por aí? Eu vou ser roubado!
- ... (pensando se fala o que pensou)
- ... (pensando que tinha encerrado o assunto)
- Você usa camiseta Colcci, calça Sawary, tênis Adidas, mochila e blusão Nicoboco, boné MCD, óculos Oakley e vem me dizer que vai ser roubado por causa de um relógio Atlantis, que niguém nunca ouviu falar??? Ahhhh... faça-me o favor!!!! Diga logo que quer um de marca que eu vou lá e compro!

(risos, muitos risos; meus e dele)



Observação: Homens... ¬¬

Niver do meu love...




Só quem nunca experimentou é que não sabe o quanto é bom amar uma pessoa e por causa desse amor, transformar as atividades mais simples em prazer: prazer de arrumar um quarto, de lavar uma roupa, de colocar a comida na mesa... ai, o amor!

Em homenagem ao dia que minha sogrona trouxe o homem mais lindo da face da terra (esse aí me beijando na foto de cima) ao mundo, deixo uma poesia que escrevi sobre a nossa noite mágica...

Era um só vulto. E um só movimento.
Embora fossem dois, não poderia distinguir onde um começava e o outro terminava:
Se completavam.
Apesar de não se verem, se olhavam.
E quando os olhares se cruzavam, a respiração aumentava e cada um sentia o seu coração bater mais forte
porém com tamanha intensidade, que pensavam ter um coração só.
Então se abraçaram.
Mas já estavam abraçados.
E aquilo que já não se podia distinguir se tornou ainda mais amorfo, tamanho o entrelaçamento
Porém naquele instante a forma não mais importava,
Pois foi descoberto que para entender o pensamento e a força do movimento,
Somente o amor bastava.

DIA DE FAZER A DIFERENÇA


Amanhã eu quero dormir o dia inteiro ou quem sabe eu passe o dia inteiro sem dormir.
Eu vou sair na hora da chegada e vou chegar na hora de partir.
Irei tomar a sobremesa antes do almoço e almoçar depois de acordar.
Amanhã eu vou tomar banho de roupa e tocar um instrumento até cansar.

Vou dançar o dia todo e depois eu vou beber.
Encontrar um homem velho e dizer: como vai você?
Procurar uma árvore e meu nome nela pôr,
Olhar pra qualquer pessoa e falar com ela de amor.

Amanhã eu vou sair
Só até o portão
Porque nele eu descobri:
Eu prefiro a solidão.

E é por isso que amanhã eu vou ligar pra todo mundo, vou encher minha casa de pessoas, deixar o portão aberto e ligar uma música alta que eu nunca ouvi. Vou fazer todo mundo beber água e comer biscoito, e falar de qualquer coisa sem sentido. Ver até onde eu consigo suportar esse pavor que eu tenho da multidão. Vou mandar todo mundo embora.

E comer caviar. E comer vatapá.
Vou andar pela casa nua.
Vou gritar com os cachorros da rua.
Vou lavar o meu pé e sair andando de ré
Pra deitar no chão da praça e escrever uma poesia sem graça.
Amanhã eu vou vestir uma roupa qualquer.
Eu vou beber água na garrafa.
Andar de sapato em cima da cama,
vou sujar meu pé na lama.

Amanhã eu quero fazer a diferença, sim! Pois eu sei que esse mundo cão imperfeito, pode ser mudado, nem que seja só por mim, nem que seja só pra mim.