De repente, surge uma idéia: não se sabe de onde veio; apenas que está de passagem. Mas se alguém lhe der pouso, é bem capaz até de fazer morada por ali mesmo. Mas o fato, é que ela surge.
E surgindo, encontra o banco de uma praça vazia, sem muitos atrativos. Somente algumas árvores e muita sombra. Não há como distinguir. Todavia, isto não leh importa porque está cansada e aquele banco parece acolhedor. Então senta.
Sempre me perguntei porque as idéias têm essa mania louca de vagar sem destino e derrepente sentar em bancos de praças vazios. Sei que nunca houve alguém corajoso o bastante para perguntar. Ou isso não é da conta de ninguém mesmo. Deixa pra lá.
E assim, o tempo vai passando. E o tédio da idéia vai aumentando.
Idéias não se acostumam com inércia. Elas não gostam de não ter o que fazer. Certa vez alguém me disse que se uma idéia descansar demais, ela adormece. E se dormir... Ihhh!!! Dá uma preguiça de acordar de novo... As vezes, isso nunca volta a acontecer.
A busca faz parte de sua natureza. Talvez com o objeivo de acasalamento, para que uma idéia unida à outra (ou à outras, quem sabe?) possa dar origem à novas idéiazinhas.
Então ela levanta. E ao ficar em pé, percebe que aquela praça não estava vazia: em outros bancos e por entre as árvores, outras idéias solitárias buscam o que fazer.
Alguém pergunta que horas são e surge do vazio uma conversa sobre o tempo. E como uma conversa sempre puxa a outra, o assunto vai mudando de rumo e se tornando interessante. Algumas idéias concordam, outras preferem não opinar. Ao longe pode-se perceber umas quatro idéias sentadas, olhando o horizonte como que estivessem se perguntando que direção tomar. Devem ter acabado de chegar por ali.
Quando alguém resolve se dar conta, aquele velho assunto já virou um movimento. E movimento sempre se transforma em ação. E ação vocês sabem... Ninguém controla. Depois que você se dá conta... tá feito. Mas isso já é um outro assunto sobre movimento e ação.
Então é isso. É assim a vida das idéias. Esses são os artifícios que elas usam para tornar um simples banco de praça vazio de uma mente qualquer em movimentos e ações às vezes tão absurdas, quanto um texto sobre A VIDA DAS IDÉIAS.