Às vezes, no silêncio frio do meu quarto, eu desligo a luz pra enxergar a escuridão.
Nas cavernas profundas da minha mente, eu busco respostas. Porém muitas são as perguntas e elas me invadem.
As sombras na parede são só o que me resta.
Acabo por tropeçar em mim mesma e abro os olhos: mas eles já estavam abertos.
As coisas estão acontecendo diante dos meus olhos e eu não consigo ver.
A minha razão me expõe à uma situação da qual sou prisioneira - preciso despir o Hábito. Preciso largar os hábitos.
Quantas vezes o quarto escuro me fez sentir como Sofia, com uma carta branca na mão, e a pergunta que grita em silêncio: Quem é você?
Por vezes voltei a ser aquela menina que não sabe o que quer, pois simplesmente não descobriu ainda quem é. O que é.
É como um abismo profundo em que eu estou caindo infinitamente: não sei onde e muito menos quando vou parar.
E por quantas vezes isso jamais me incomodou, mas as situações de perda me fazem retornar ao ponto de partida.
A queda machuca, porém o que mais me dói é não saber aonde estou indo.
Eu estou caindo pra cima.
Alguns insistem em dizer que estou subindo, escalando.
Mas só eu sei que estou caindo.
Quando chegar lá em cima, serei mais forte.
Mas, quando?