Repostando... DIGITAR, NÃO!


Estou há mais de um ano sem computador.
E há muitos, sem vontade de escrever.
Desde que passei a desacreditar no amor.

Foi uma época dura, de sofrimento e inaceitação. No fundo, sei que valeu a pena, pois descobri que sou capaz de lutar por aquilo que desejo. Mas fico imaginando se não poderia ter valido a pena de outra forma.
O fato é que sem computador, percebo então o quanto ele me faz falta (na verdade, desde o primeiro segundo sem ele). Talvez porque eu tenha estado muito mais sozinha.
A verdade é que eu estava mesmo dependente:
O PC permanecia ligado 24/dia, mesmo que nao fosse usado. Isto pq "eu poderia precisar dele a qualquer momento, e ele demora muito pra ligar". (Menos de um minuto, na verdade) Mas era preciso uma justificativa à minha necessidade de sentir sua presença. E desligado, ele nao estava presente.
Por isso, para justificar seu funcionamento até enquanto eu estava dormindo, entrei no mundo dos downloads: musicas, filmes e tantas outras coisinhas durante a madrugada, onde a internet fica mais rápida e eu posso dormir enquanto ele é meu anjo da guarda...
Eu tinha home teather em casa, mas ouvia TODAS as musicas (até dos velhos cd's) nas caixinhas do PC, Tinha Dvd, mas preferia assistir no quarto, olhando para a tela de LCD de 22" recém-comprada para ter maior visibilidade nos jogos... a tela do meu quarto era maior do que a da sala!!!! Aliás, por falar nela, coitada, caiu em desuso, pois intalei uma placa que me permitia ver TV no PC e com controle remoto... agora eu podia teclar e assistir novela ao mesmo tempo... rs.
E assim, dentro do meu quarto, meu reduto, o PC se tornou o centro do meu universo. Para isso, ele passou a possuir os programas mais inesperados, desde e-books à photoshops. Tinha o Autocad, mesmo que nunca o tivesse aberto, e nem sabia como mexer nele. Programas de audio e iluminação de palcos, geradores de receita, picapes eletronicas, editores de filmes, bixinhos virtuais, preditores de futuro, jogos e mais jogos... esses eram a minha paixão.
Para essas finalidades foi necessário algumas regalias, como aumentar sua memória, por mais de 3 vezes, seu HD, placa mãe e dentre tantas mudanças, no fim, só meu gabinete era original.
Enfim, a minha ânsia em transformá-lo no meu tudo, acabou por resultar no seu fim inesperado: ele pifou!
No começo foi duro... Comecei a ver TV na sala, mas TV é chato, muito chato. Então, voltei a ouvir música. Todos os meus CDs, até nao sobrar nenhum. Daí voltaram os velhos hábitos: voltei a tocar teclado, passei a brincar com meu gato, falar no telefone, mandar sms, ler livros, cozinhar, lavar roupa, ir à rua pagar contas (oh, my god!)... e de repente, voltou essa vontade de escrever.
Talvez pq arrumei meu guarda-roupas e reli antigas agendas, antigos papéis... Por isso, depois de um ano sem ele, hoje, senti saudades. Porque queria muito escrever. Mas escrever dói minhas mãos. Digitar, não.