Era terça-feira. Ela saiu apressada, com medo de perder o ônibus confortável e gratuito que lhe poroporcionava uma ida divertida à faculdade. Seus colegas sempre tinham algo diferente para fazer durante a viagem. Isso lhe dava muito ânimo para continuar estudando: as companhias.
Enfim, depois de muito esperar um transporte que custava a chegar, conseguiu chegar ao local de embarque três minutos antes do ônibus partir. ‘Que sorte’, pensou. Por esse motivo, agradeceu em silêncio, mesmo sem saber ao certo à quem.
Infelizmente não conseguiu lugar ao lado dos colegas, que sempre sentavam no fundo – local de muita conversa . Sentou-se então, na primeira cadeira, ao lado de uma desconhecida mocinha que estudava com a luz ligada e ouvia algo em seu mp3.
Na falta de assunto, virou para o lado e dormiu. Uma hora e meia mais tarde, como que desperta por um relógio interno, acordou já em frente à faculdade. Levantou primeiro que todos e desceu.
Subindo a rampa de acesso, não sem antes beber uma generosa quantidade de água, chegou em frente à sala de aula. Para sua surpresa, estava fechada. Decidiu esperar por quinze minutos, enquanto revezava-se entre MSN e ligações no celular. Ninguém apareceu.
Foi à biblioteca constatar se não havia alguém para socorrer-lhe. Encontrou toda a turma animada, meio sem ter o que fazer e alguém lhe informou que não haveria aula.
Imediatamente veio à mente o esforço que havia feito para estar ali, levando em conta que saiu apressada de casa para não perder o horário e vestiu uma roupa qualquer, sem muita produção. Nem havia usado maquiagem.
“Cinema!” Foi a sugestão de alguém. Ela não poderia. Não daria tempo de voltar a tempo de não perder o transporte. “Praia!” Praia? Gargalhada geral perante a sugestão. “Então, shopping mesmo”. Se o dia fosse sexta-feira ninguém titubearia em pensar num barzinho à beira mar ou numa casa de shows. Mas, ‘shopping mesmo’ era uma boa opção. E partiram.
Passearam por algumas lojas rindo muito e conversando alto. Alguns decidiram partir, outros foram ao cinema. O restante estacionou na praça de alimentação e desataram uma conversa sobre novas experiências. Sobre sensações e coragem.
Ela pouco dava opinião. Sabia que sua opinião levantava sempre novas discussões e preferiu calar-se. Mas ele percebera seu silêncio. Então fazia-lhe perguntas diretas. Mas ela continuava com respostas vagas.
(Continua...)
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